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Distúrbios Alimentares

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Os distúrbios alimentares são comuns na adolescência e no começo da idade adulta. Eles estão relacionados a uma série de consequências psicológicas, como ansiedade e pressões sociais para o chamado “corpo perfeito”.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Psiquiatria, um por cento da população mundial – cerca de 70 milhões de pessoas – sofrem com perturbações alimentares.

1. Sinais de Alerta

Um dos maiores problemas associados aos distúrbios alimentares é que a pessoa não admite ter esta doença. Assim, é fundamental que a família e amigos estejam atentos a eventuais sinais. 

Embora a anorexia e a bulimia sejam as patologias mais comummente identificadas como sendo distúrbios alimentares, há outros exemplos deste tipo de distúrbios com consequências igualmente prejudiciais, tais como a alimentação compulsiva e a ortorexia (preocupação exacerbada com alimentação saudável).

Alguns sinais de que uma pessoa poderá estar a desenvolver este tipo de distúrbio poderão ser:

– Perder peso rapidamente;

– Abandonar repetidamente a mesa após as refeições (em direção à casa de banho, possivelmente para vomitar);

– Comer demasiado rápido muita quantidade ou demasiado lento e pouca quantidade;

– Recusa em comer na presença de familiares ou amigos;

– Exagerar no exercício físico.

Quem sofre com distúrbios alimentares (e desenganem-se aqueles que pensam que estes só se verificam em pessoas do sexo feminino) tem, regra geral, consciência de que está a enveredar por um caminho pouco ou nada recomendável. No entanto, a procura da perfeição em termos das linhas corporais pode tornar-se uma obsessão que cega a pessoa dos perigos que poderão estar associados. A alimentação começa, assim, a tornar-se num assunto tabu.

“Anónimo”

“Todos os dias ia para o ginásio, ia correr, reduzia as doses das refeições, mas mesmo assim sentia que de pouco adiantava. Assim, tinha que tomar uma medida radical e após alguma navegação na internet, encontrei blogs que falavam de bulimia. Apesar de uma doença má, pensei que poderia ser a minha solução, isto se a conseguisse controlar. Vou-me arrepender para sempre desta decisão, mas a verdade é que acabei por cair nesta doença. Tornei-me bulímica, de tal forma, que até uma simples maçã vomitava. O meu corpo estava cada vez mais debilitado e em menos de um ano cedeu.”

Se, no caso da anorexia, a morte pode advir de uma descida desmedida dos níveis de potássio, já na alimentação compulsiva, a obesidade, a diabetes e os problemas cardiovasculares são doenças crónicas em que o dependente de comida investe cada vez que devora tudo o que lhe aparece à frente.

A dificuldade de se relacionar de maneira equilibrada com os alimentos reflete a incapacidade de estabelecer uma relação saudável consigo mesmo. Assim, esta “fome emocional” advém maioritariamente da intolerância a emoções dolorosas, ou da procura de consolo e refúgio na comida de forma a se acalmar. 

2. Como se trata um distúrbio alimentar?

Disturbios Alimentares
Disturbios Alimentares 1

Os maiores obstáculos no tratamento dos distúrbios alimentares prendem-se com a falta de reconhecimento e com a negação, por parte do paciente, desta doença grave e progressiva que pode conduzir à morte.

Para que a pessoa que sofre de um distúrbio alimentar possa ser ajudada, é necessário que o reconheça e admita. Caso contrário, qualquer ajuda será entendida como um ataque que poderá levar a pessoa a refugiar-se ainda mais no seu “fiel amigo” distúrbio. Esta “fidelidade” é portadora de um grande sofrimento e sensação de impotência, não só por parte do paciente, como também pela família e pessoas próximas. Habitualmente, às famílias o que angustia mais é sobretudo o facto de os seus entes queridos andarem mal alimentados, por excesso ou defeito. 

“Anónimo”

“Meti na minha cabeça que só assim as pessoas iriam gostar de mim e o mais parvo é que entre os jovens as coisas são tão cruéis, que a verdade é mesmo essa. Ser gorda é sinónimo de ser posta de lado.”

Contudo, o verdadeiro problema é muito mais profundo: a falta ou excesso de alimentos é somente um espelho de questões mais enraizadas e complexas da própria pessoa. Estas apenas poderão ser trabalhadas e resolvidas através de um tratamento específico para distúrbios alimentares. 

Aqui, os pacientes irão trabalhar nas suas inseguranças, nos seus problemas relacionais com o próprio e com os outros, na sua culpa e vergonha. Colocando de lado o orgulho e arrogância que caracteriza a sua tendência para cobrir a sua adição, a pessoa será incentivada a apreciar de novo a sua vida e o que a rodeia.    

O tratamento de distúrbios alimentares visa ajudar a pessoa a desenvolver estratégias simples, mas eficazes, para que lute contra o seu problema, melhorando a sua qualidade de vida numa perspetiva de Mudança e Crescimento.

Se há identificações com alguns dos comportamentos citados acima, procure ajuda. O primeiro grande passo para a cura é reconhecer a necessidade de um tratamento. O nosso Centro de Tratamento pode ajudá-lo a compreender os gatilhos que levam à distorção de imagem e a dificuldade de manter uma dieta equilibrada e saudável.

RESUMO

As perturbações alimentares correspondem a um conjunto de distúrbios que têm como denominador comum uma preocupação exagerada com o peso corporal, que gera comportamentos alimentares anómalos, com prejuízo para a saúde. Envolvem emoções, atitudes e comportamentos excessivos em tudo o que se refere ao peso e à comida. São, por isso, perturbações de natureza emocional e física que podem colocar a vida em risco.

Os distúrbios alimentares podem ser tratados eficazmente. Quanto mais cedo forem detetados, mais “fácil” será o seu tratamento. A recuperação pode levar meses ou anos, mas a maioria dos indivíduos recupera. 

Não ignore este problema, mesmo que não seja diretamente consigo. Conte sempre connosco.

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