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Perturbação Obsessivo-Compulsiva: como lidar com pessoas com POC

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Os comportamentos obsessivo-compulsivos são indício de problemas mentais. Considerada uma doença psiquiátrica, a perturbação obsessivo-compulsiva pode afetar crianças e adultos. É mais comum que apareça após os 20 anos, mas existem também muitos casos durante a adolescência.

A perturbação obsessivo-compulsiva (POC) traduz-se em obsessões e comportamentos recorrentes. Estes podem variar entre rituais ou tiques físicos, ou simplesmente em pensamentos intrusivos e incontroláveis pela sua compulsividade.

Esta doença não é tão linear como outras doenças psicológicas, mas VillaRamadas explica melhor em que consiste (aqui). Já neste artigo, explicamos um pouco mais sobre as origens da POC e os seus sintomas. Só assim poderá compreender melhor esta doença e ajudar quem a tem.

Lista de Conteúdos

Origem dos comportamentos obsessivo-compulsivos

Como muitas das doenças psicológicas e adições, este tipo de perturbação mental tem na maioria das vezes origem em experiências traumáticas do passado. Surge muitas vezes como resposta a ataques de pânico e estados de ansiedade, mas pode ter origem em fatores distintos:.

  • História pessoal: acontecimento traumático que potencia o desenvolvimento da POC, como por exemplo abusos físicos ou sexuais;
  • Fatores genéticos: como em muitas patologias mentais, quando existe um historial familiar já com a doença, também na POC existe maior probabilidade de desenvolvimento deste tipo de perturbação;
  • Fatores biológicos: Desequilíbrio químico dos neurotransmissores da serotonina e noradrenalina. A falta de sono por exemplo, ou ansiedade constante, são dois exemplos catalisadores para a POC;
  • Fatores comportamentais: desenvolvimento de obsessões derivado de estímulos como medo ou ansiedade.

Sintomas de Perturbação Obsessivo-Compulsiva

POC
Ao contrário do que muitos pensam, a POC não é uma mera obsessão por gostar de ter tudo organizado por tamanhos ou cores. É uma perturbação mental que vai mais além e que se traduz em obsessões e comportamentos recorrentes. © Lucas George Wendt/Unsplash

A perturbação obsessivo-compulsiva pode ser identificada através de dois grandes grupos de sintomas: obsessões e/ou compulsões. Ainda que distintos, os sintomas de compulsão são já reflexo dos sintomas evidenciados pelas obsessões. Por norma são evidenciados em forma de comportamento físico em contraste aos pensamentos obsessivos.

Sintomas Obsessivos

  • Pensamentos estranhos e recorrentes;
  • Imagens perturbadoras que surgem frequentemente em pensamento, de forma involuntária;
  • Medo da perda de controlo;
  • Medo excessivo de morrer ou ter doenças;
  • Sentimento de dúvida constante sobre todas as ações;
  • Inquietação perante a falta de ordem.

Sintomas Compulsivos

  • Repetição constante de comportamentos, onde há tendência para começarem a ser definidos o número de vezes necessárias para se sentir bem consigo mesmo
    • São exemplos comuns a lavagem constante de mãos ou verificação de janelas e portas fechadas/abertas;
  • Repetir palavras ou gestos/ações um determinado número de vezes, com a crença que sem esse comportamento, coisas negativas acontecerão a si mesmo ou a outros que o rodeiam;
  • Organização constante de objetos de uma forma em particular;
  • Examinar detalhadamente, e várias vezes, partes do corpo à procura de imperfeições.

Como lidar com pessoas com POC

A Perturbação Obsessivo-Compulsiva é uma doença psicológica limitadora, mas passível de ser tratada. Aliás, sem tratamento, a tendência é o contínuo agravamento dos sintomas, com potencial comportamento de risco elevado e desenvolvimento de outras patologias graves.

Como já referimos, o tratamento para a POC envolve a redução gradual dos rituais do paciente, de forma a quebrar hábitos já formados e que se transformaram em padrões. Não existe um tempo certo para este tipo de tratamento, já que difere de cada paciente e do estado em que se encontra a sua obsessão e/ou compulsão. Numa primeira fase, é importante que o indivíduo com POC procure ajuda profissional. O profissional poderá considerar a necessidade de internamento para que este se desvincule do espaço de conforto onde aplica sempre os seus rituais.

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O tratamento da POC deve incidir na mudança de hábitos, não para novos rituais, mas para atividades equilibradas e saudáveis © Katerina Jerabkova/Unsplash

No que diz respeito às pessoas que estão mais próximas do indivíduo com POC (círculo próximo), estas devem utilizar estratégias que possam auxiliar no combate da doença. Sempre em parceria com uma equipa profissional, algumas estratégias passam por:

  • Ter abertura para falar sobre o tema, mas aceitar que cada pessoa levará o seu tempo. Não insistir no tema se a pessoa não mostrar logo interesse;
  • Não tecer julgamentos e estabelecer antes uma relação de confiança;
  • Ter paciência com a evolução e mudança de comportamentos de quem sofre de POC. O tratamento e a adaptação a uma vida sem rituais não é da noite para o dia e o seu tempo deve ser respeitado;
  • Aprender mais sobre a POC, e em particular o que desencadeia possíveis ‘crises’ da doença. Desse modo é possível ajudar em situações particulares e prevenir o agravamento da perturbação.

Se acredita que sofre de perturbação obsessivo-compulsiva, fale connosco. Se tem alguém que lhe é próximo que possa estar a passar por esta situação, incentive-o(a) a procurar ajuda. Este tipo de perturbação é tratável e só assim poderão ser retomadas atividades normais do dia-a-dia. É importante que haja acompanhamento profissionalizado para que a perturbação não escale para situações mais severas.

Em VillaRamadas temos as ferramentas certas para o ajudar a normalizar a sua vida.

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