O vício em videojogos passou a ser considerado um problema de saúde mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que o integrou no CID-11 (Classificação Internacional de Doenças).
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De acordo com a OMS, o diagnóstico pode ser feito caso se apresente, há um período de pelo menos 12 meses, os seguintes sintomas:
Esta classificação trouxe vantagens, no sentido em que ter um diagnóstico específico poderá ajudar a aplicar-se um tratamento igualmente especializado para este tipo de perturbação. No entanto, é importante ter em atenção para não se recorrer ao diagnóstico de forma excessiva e à tendência para estereotipar os gamers.
O vício em videojogos, à semelhança de outras dependências, pode ser causado por um quadro depressivo em que a pessoa se sente desmotivada, triste e apática em relação ao que a rodeia, usando o jogo para escapar da sua realidade negativa. Ao mesmo tempo que poderá ser causa, a depressão também poderá tornar-se uma consequência do uso excessivo dos jogos.
O mesmo acontece com as redes sociais. Apesar do vício nas redes ainda não ser considerado perturbação mental, o seu efeito no cérebro é semelhante ao de um outro qualquer vício. Os likes e comentários também acionam gatilhos de prazer já que funcionam como sistemas de recompensas.
O vício nas redes sociais pode acarretar problemas como:
Imagens que demonstram uma felicidade inalcançável, bens materiais e estilo de vida das pessoas, assim como comentários desagradáveis, podem levar a sentimentos de inferioridade, frustração e inadequação, gerando ansiedade e depressão. A pessoa poderá sentir que a sua vida é inferior e passar a ter uma auto-imagem mais negativa derivada da comparação social. Ainda, noticias negativas sobre o mundo e a sociedade podem levar a aumentar os receios relativamente ao presente e ao futuro.
A pessoa pode sentir-se pressionada para “ser produtiva” de forma a alcançar o sucesso ou uma vida de sonho como aquelas que se vê nas redes sociais, principalmente quando o acesso a informação, notícias, artigos, páginas profissionais é tão fácil.
Ao observar a vida dos outros, a pessoa pode começar a sentir medo de não estar a ser igualmente produtiva ou de não estar a aproveitar bem a sua vida – por não estar, por exemplo, a viajar, sair com os amigos ou ter experiências diferentes.
Para ser uma pessoa bem-sucedida em todas as áreas da sua vida (pessoa, profissional, social e familiar), e qualquer “falha” poderá parecer determinante para definir a sua vida como um fracasso.
Querer ter um corpo perfeito e uma beleza idêntica à das pessoas que segue é também um fator de risco para o desenvolvimento de distúrbios alimentares. Ainda, as dietas e receitas, muitas vezes com pobre valor nutricional, começam a ser seguidas, muitas vezes de forma rígida e obsessiva.
O uso da internet em excesso contribui para o sedentarismo e para o adiamento de tarefas que tinha para se fazer. Esta procrastinação vai alimentar o ciclo de que “não se está a ser produtivo” ou de que, mais uma vez, se perderam experiências ou atividades interessantes, levando a um aumento da frustração, tristeza e irritabilidade.
Apesar de conectadas online, as pessoas estão cada vez mais desconectadas no mundo real. Sentem que é mais fácil encontrar pessoas com interesses semelhantes aos seus através da internet, acabando por apenas interagir virtualmente. Contudo, somos seres sociais que necessitam de contacto físico para obter um sentido de pertença e de afeto.
Enunciam-se de seguida algumas das estratégias para lidar com este tipo de vício:
Poderá ser necessário recorrer a ajuda de um profissional ou de uma clínica de tratamento, já que o vício é extremamente difícil de controlar sozinho. Os familiares ou amigos poderão passar a constituir, para a pessoa, um entrave à continuação destas “fontes de prazer”, ainda que imediatas e com graves consequências quando atingem maiores proporções.
Por isso não tente enfrentar este problema sozinho/a, e fale já connosco para que juntos consigamos reverter a situação.